seis anos já se passaram. e entramos naquele sitio, em que entramos há seis anos com o pior sentimento do mundo. entramos e fomos para os sítios do costume. olhamos em frente e está quase tudo igual. as pessoas são as mesmas mas com uma ou outra ruga a mais, o coro continua a cantar num tom bastante agudo acompanhado do piano. os meninos cresceram, as pessoas continuam a dar a mesma moeda e o senhor reitor continua com as piadas do costume, apesar de já não se entender metade do que ele diz. aproveitou-se o momento para rever pessoas que já não víamos há algum tempo. falamos com pessoas que nos conheciam e começaram a falar dos tempos em que éramos crianças e fazíamos isto e aquilo e as pessoas achavam piada. fomos entregar a rosa e passamos por pessoas com as quais íamos falando e cumprimentando. sem esquecer que a família (incompleta) acabou a fazer a rodinha e começou a falar dos filhos, dos netos, da família em geral. comentaram o geral. convidaram-se uns aos outros para jantar e por fim viemos embora. há seis anos estávamos todos com as piores caras, mas este ano despedimo-nos com sorrisos e beijinhos. há seis anos estavam cá todos, mas este ano muitos faltaram. este ano pagamos mais do que nos anos anteriores. fizeram obras. nós crescemos. os sentimentos não continuam os mesmos. mas apesar de tudo e acima de tudo, estivemos lá, como todos os anos fizemos para que fique claro que ninguém se esqueceu dela. parece que foi ontem, mas já passaram seis anos. já passamos por muito e houveram muitas mudanças. no entanto, continuamos a ser nós, os inocentes seres humanos que acabam todos iguais, mas que insistem em chatearem-se e em magoarem as pessoas. enfim, apesar de tudo igual, muita coisa mudou e pouca gente entende isso.