obrigada óculos de sol por esconderes o meu estado e o estado dos meus olhos. obrigada por não dares a entender ao mundo que por trás de ti existem mais do que uns simples olhos. obrigada por não mostrares se estão ou não cheios de água. hoje serviu de muito e acho que por todas as pessoas que me cruzei, que foram muitas por incrível que pareça, mas falamos disso mais à frente, nenhuma reparou. hoje precisei mesmo "dos meus óculos de sol, que levo pra chorar, uhuh, sem ninguém ver..." e pronto, é isto. ah! como estava a dizer, hoje cruzei-me com milhares de pessoas, tinha a sensação que o caminho estava longe, muito longe. nunca mais chegava. cruzava-me com pessoas que gosto, que não gosto, pessoas que já gostei e que neste momento me são indiferentes, cruzei-me com pessoas que já me conheceram bem e perceberam que havia qualquer coisa diferente, um tensão estranha. descobri hoje que sou a pior pessoa do mundo e que sou completamente substituível. não há pessoas iguais, mas há pessoas melhores do que outras e como eu sou a pior pessoa do mundo, de certeza que me substituem por alguém melhor. outro assunto que estava a pensar durante o exame de física e química é o facto das pessoas só dizerem coisas para apoiar, ou seja, coisas bonitas, quando a pessoa que recebe os mimos está mal. sabem, não acho que devia ser assim. toda a gente precisa de mimo a toda a hora, e uma pessoa sente-se mal caso as pessoas a tratem de maneira diferente só porque demonstrou que não estava bem e não sempre que possível. entendem o que quero dizer? uma pessoa só dá quando a outra precisa de receber e não devia ser assim. devia ser: uma pessoa dá quando precisa de dar, independentemente se a outra pessoa precisa de receber. maior parte das pessoas não entende porque pensa que só se deve dar quando a outra pessoa está mal e depois acontece como as crianças e pensam (sim, eu sei o que as crianças pensam): se aquela pessoa só me diz as coisas que eu preciso ouvir, quando eu mostro que preciso de ouvir estando num estado mau, então qualquer coisa me vai deitar abaixo para que depois oiça aquilo. mas depois há as típicas mudanças. a pessoa que dá habitua a pessoa que recebe a dar-lhe mimos, a mandar corações no fim das mensagens (sim, eu dou demasiado valor a isso), a mandar citações de músicas, a dedicar coisas e coisas assim e depois cansa-se e tudo acaba! os corações passaram a ser substituídos por pontos finais se as coisas tiverem mesmo no fim, ou então passam a ser substituídos por outra coisa quando a história está a descambar. pensem comigo, as pessoas que há uns tempos vos dizia coisas bonitas e vos mandava corações, agora raramente o faz, verdade ou não? as pessoas também crescem. desistem dessas coisas que só as crianças ligam (sim, eu sou criança), as pequenas coisas que valem mais do que tudo. e só passam a ligar às outras coisas. eu admito que ainda sou criança, e não me importo nada de o ser. sou adolescente e ainda ligo ao mais pequeno pormenor, ao mais pequeno menor que três ou ao mais pequeno abrir parentises, um dois ou até mesmo três letras L, fechar parentises. mas tenho sempre as coisas antigas para me recordar, o que nunca será o mesmo!